No olho com esta condição, a imagem não é formada corretamente na retina – mas sim à frente da retina. Assim, a imagem transmitida ao cérebro não corresponde à imagem correta.
O míope é o individuo que padece de miopia, apresentando dificuldade em ver ao longe. Assim, um doente míope pode ler facilmente a tabela de Jaeger (leitura de perto), porém possui dificuldades para ler a tabela de Snellen (leitura de longe).
Sintomas
Um dos principais sintomas é ver mal ao longe. Uma pessoa míope constata os objetos próximos com clareza, porém os objetos distantes ficam turvos. Por outro lado, semicerrar os olhos pode fazer com que os objetos distantes pareçam mais nítidos.
Frequentemente, a miopia é notada pela primeira vez nas crianças que frequentam a escola. Muitas vezes, as crianças não conseguem ver perfeitamente para o quadro, contudo conseguem ler um livro facilmente (diferença entre visão de perto e de longe).
Os míopes necessitam de trocar de óculos ou lentes de contacto com frequência, sendo uma condição que piora com a idade. Estabilizando, normalmente, aos 20 anos de idade.
Podem surgir ainda outros sinais e sintomas, como, a fadiga ocular (“vista cansada”), dores de cabeça e o semicerrar dos olhos para ver melhor.
Se sente alguns destes sinais marque já a sua consulta de oftalmologia.
Causas
Embora se desconheçam de forma exata as causas da miopia, é concebido que as pessoas com história familiar da condição apresentam mais probabilidade de a desenvolver. Afetando homens e mulheres de igual forma.
As causas podem ser três:
- Alteração da curvatura da córnea (a mais frequente), isto é, a córnea é mais curva que o normal e leva à formação da imagem dos objetos antes de chegar à retina.
- Axial – ocorre quando o comprimento do olho é maior que o comprimento ótico. Trata-se de miopias de grau elevado e, geralmente, evolutivas ao longo da vida.
- Miopia de índice – normalmente, depois dos 60 anos, quando as pessoas têm cataratas nucleares. Estas levam ao aumento do índice refrativo do cristalino, permitindo uma boa acuidade visual ao perto, mesmo sem óculos.
Relativamente ao diagnóstico, existem diferentes exames que devem ser efetuados. O exame oftalmológico, pode incluir:
- Teste de refração para determinar o grau correto do erro refrativo;
- Acuidade visual à distância (Snellen) e de perto (Jaeger);
- Exame da retina, mácula e disco ótico;
- Exame na lâmpada de fenda do segmento anterior do olho;
- Medição da pressão ocular (Tonometria);
- Teste de visão das cores;
- Testes dos movimentos oculares;
- Pentacam (mapas topográficos e paquimetria).3
Graus de miopia
Existem diferentes graus da condição, medidos em dioptrias. O doente míope pode sentir maior ou menor dificuldade em ver ao longe, dependendo do seu grau. Assim, quanto maior for o grau, maior é a dificuldade em ver ao longe. Por exemplo, uma miopia de 1 dioptria ou uma miopia de 10 dioptrias possuem diferenças significativas sobre a acuidade visual dos doentes afetados.
A miopia é, normalmente, classificada nos seguintes graus:
- Miopia ligeira – até 3 dioptrias;
- Miopia moderada – de 3 a 6 dioptrias;
- Miopia alta – mais de 6 dioptrias.
- Uma miopia elevada (acima de 6 dioptrias) pode implicar uma drástica diminuição da qualidade de vida.
Miopia degenerativa
A maioria dos casos de olhos com miopia são saudáveis, mas um pequeno número de pessoas desenvolve uma forma de degenerescência da retina, designada por miopia degenerativa ou maligna. Esta é conhecida, também, como miopia progressiva ou patológica, sendo uma importante causa de cegueira nos países desenvolvidos. Trata-se, por isso, de um tipo de miopia grave.
A alta miopia está, muitas vezes, associada com o alongamento excessivo e progressivo do olho que resulta numa multiplicidade de alterações fundoscópicas associadas a diferentes graus de perda visual.
Este tipo é, normalmente, acompanhado de lesões retinianas (membranas neo-vasculares) com consequências graves na visão dos doentes. Estas lesões neo-vasculares são tratadas, habitualmente, com substâncias anti-angiogénicas com bons resultados, na maioria dos casos.
Miopia infantil
Atribui-se a designação de miopia infantil quando o erro refrativo afeta as crianças. Até aos 5 anos, 1% das crianças padecem de miopia. Aos 10 anos sobe para os 8% e aos 15 anos aumenta para 15% o número de crianças com a condição. Esta é ligeiramente mais frequente no sexo feminino.
O fator genético é importante, mas não é o único nas causas para a miopia infantil. Logo, caso os pais sejam míopes, provavelmente, os filhos também serão míopes. Assim, é essencial que os pais estejam atentos a eventuais sinais e sintomas e efetuar consulta com o médico oftalmologista para despiste de eventuais erros refrativos.
No aparecimento ou suspeita de algum sintoma marque uma consulta de optometria pediátrica para o seu filho, com a equipa Balcão dos Óculos.