Balcão dos Óculos

Luz Azul-Violeta: Como está a impactar a sua visão?

Vivemos rodeados de ecrãs, computadores, tablets, smartphones, televisores. O nosso estilo de vida digital veio para ficar, mas com ele surgem novas preocupações para a saúde ocular. Uma das mais discutidas atualmente é o impacto da luz azul-violeta.

Mas afinal, o que é a luz azul-violeta? É realmente prejudicial? Como pode protegê-lo a si e à sua visão no dia a dia? Neste artigo, vamos esclarecer todas essas dúvidas e explicar como pode cuidar melhor dos seus olhos em tempos de tanta exposição digital.

O que é a luz azul-violeta?

A luz azul faz parte do espectro de luz visível e está dividida em duas faixas principais:

  • Luz azul-turquesa (benéfica): essencial para a regulação do ritmo circadiano (ciclo sono-vigília).
  • Luz azul-violeta (potencialmente nociva): associada ao stress oxidativo das células da retina.

Fontes de luz azul-violeta incluem o sol (em menor escala) e dispositivos digitais, como telemóveis, computadores e lâmpadas LED. A preocupação aumenta quando a exposição se torna intensa e prolongada, como acontece com a maioria das pessoas nos dias de hoje.

Como a luz azul-violeta impacta a sua visão?

1. Fadiga ocular digital

A exposição prolongada à luz azul-violeta pode causar síndrome de visão computacional. Os principais sintomas incluem:

  • Olhos secos
  • Ardor ou comichão
  • Visão turva
  • Dores de cabeça

Este cansaço visual é cada vez mais comum, sobretudo em quem trabalha muitas horas frente a ecrãs ou passa muito tempo ao telemóvel.

2. Perturbações no sono

A luz azul-violeta, principalmente quando utilizada à noite, pode interferir com a produção de melatonina, a hormona responsável pelo sono. Resultado? Dificuldade em adormecer, insónias e sono de má qualidade.

3. Danos a longo prazo na retina

Alguns estudos sugerem que a exposição crónica à luz azul-violeta pode contribuir para o envelhecimento precoce da retina, potenciando problemas como a degeneração macular relacionada com a idade (DMRI).

Quem está mais vulnerável?

Embora todos sejamos afetados, alguns grupos merecem especial atenção:

  • Crianças e adolescentes: com uso elevado de ecrãs e olhos ainda em desenvolvimento.
  • Profissionais que trabalham em frente ao computador: 6 a 10 horas de exposição diária.
  • Utilizadores regulares de dispositivos móveis: mesmo em tempo de lazer.
  • Pessoas com histórico de doenças oculares ou familiares com DMRI.

Como se proteger da luz azul-violeta?

1. Lentes com filtro de luz azul

Uma das formas mais eficazes de proteção é utilizar óculos com filtro específico para luz azul-violeta. Estas lentes bloqueiam seletivamente os comprimentos de onda nocivos, protegendo a retina e reduzindo o desconforto ocular.

São ideais tanto para quem usa óculos graduados como para quem precisa apenas de proteção visual.

2. Regra 20-20-20

Uma dica simples, mas eficaz para reduzir a fadiga ocular:
A cada 20 minutos a olhar para o ecrã, pare por 20 segundos e olhe para algo a 6 metros de distância (20 pés). Esta técnica ajuda a relaxar os músculos oculares.

3. Redução de brilho e iluminação adequada

Ajuste o brilho dos ecrãs e evite trabalhar em ambientes escuros com o ecrã no máximo de intensidade. Prefira luz ambiente suave e indireta.

4. Modo noturno nos dispositivos

Ative os filtros de luz azul disponíveis na maioria dos smartphones e computadores. São conhecidos como “Night Shift” (iOS), “Filtro de Luz Azul” (Android) ou “Night Light” (Windows).

5. Evite o uso de ecrãs antes de dormir

Idealmente, evite dispositivos digitais pelo menos 1 hora antes de ir para a cama. Prefira atividades que relaxem, como a leitura de um livro (em papel!) ou ouvir música.

A luz azul-violeta é uma realidade da vida moderna, mas não precisa de ser uma ameaça à sua saúde ocular. Com pequenas mudanças nos seus hábitos diários e a utilização de óculos com filtro adequado, pode proteger a sua visão e melhorar o seu bem-estar a longo prazo.

Se sente fadiga ocular, dores de cabeça frequentes ou dificuldade em dormir, marque uma consulta com o seu optometrista. A prevenção começa com informação e agora já sabe como agir.

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