Na verdade, quanto mais novas as crianças, mais dificuldade existe em detetar problemas visuais, uma vez que a forma de se expressarem nem sempre é feita de forma explícita. Enquanto bebés e crianças, os pais e educadores devem estar atentos a diversos sinais de alerta.
Comportamentos para estar alerta
Os adultos por vezes têm dificuldades em perceber os comportamentos que as crianças transmitem quando sofrem de alguma patologia visual. É fundamental estar atento quando a criança que queixa de dores de cabeça, logo após ver televisão ou outro aparelho eletrónico. A adoção de outros comportamentos, nomeadamente vermelhidão ou lacrimejo podem ser também sintomas associados a problemas visuais.
Caso os pais ou os educadores sintam comportamentos diferentes e que manifestem algum problema de visão é essencial marcar uma consulta de oftalmologia pediátrica, para ser realizado um diagnóstico.
Problemas visuais mais comuns
- Miopia
Esta doença ocular acontece devido a um defeito refrativo que impede ver com nitidez ao longe. Ao longo dos anos, os míopes têm tendência a aumentar a graduação. Devido a esse aumento é essencial que as consultas de oftalmologia sejam frequentes.
- Hipermetropia
A hipermetropia é o contrário de miopia, ou seja, nesta doença ocular existe uma maior dificuldade em ver ao perto. Quando existe mais de 4 dioptrias, a criança sente mais dificuldade na visão tanto ao perto como ao longe.
Esta patologia tem maior tendência a reduzir caso a mesma seja corrigida atempadamente.
- “Olho preguiçoso”
“Olho preguiçoso” ou ambliopia pode ser resultado de uma visão muito boa num dos olhos e no outro muito pior. Quando existe uma diferença de 3 dioptrias entre os olhos já é um caso de maior preocupação, por exemplo, um olho pode apresentar 5 dioptrias num dos olhos e no outro apenas 2 dioptrias.
Quando a criança sofre de miopia tem pouca probabilidade de desenvolver esta doença ocular. Contudo, o mesmo não acontece quando sofrem de astigmatismo ou hipermetropia. É fundamental que a ambliopia seja diagnosticada atempadamente para que o tratamento seja realizado precocemente.
- Estrabismo
Esta doença ocular pode acontecer em ambos os olhos em simultâneo ou apenas num. Em diversos casos, o estrabismo é uma consequência da ambliopia.
Quando existe uma grande diferença de dioptrias entre os dois olhos, o olho que tem maior dificuldade em focar têm maior tendência a entortar.
As crianças que têm hipermetropias superiores a 5 dioptrias sofrem frequentemente de estrabismo. Depois dos 18 meses, quando existe um grande desenvolvimento psicomotor, o bebé pode sofrer desta doença ocular. O estrabismo pode ser corrigido em simultâneo com a hipermetropia. Quando não é corrigido, a probabilidade de desenvolver ambliopia é muito grande.
- Daltonismo
O daltonismo pode acontecer em cerca de 6% das crianças em idade escolar. Este problema visual é uma condição genética. Esta doença ocular pode afetar o rendimento escolar das crianças, principalmente quando os professores fazem uso de diferentes cores nos quadros das escolas.
As crianças podem não verbalizar ou acusar esta doença, daí ser fundamental que as consultas ao oftalmologista sejam periódicas. Aconselhamos que a primeira consulta seja realizada até aos 3 ou 4 anos. Depois e, principalmente, em idade escolar devem ser realizadas a cada dois anos ou quando recomendado pelo oftalmologista.